setembro 30, 2011

Marca Benfica avaliada em 56 milhões de euros



Único clube português no top 30

No relatório anual levado a cabo pela consultora Brand Finance, o Benfica é o único clube português a ver a sua marca figurar no top 30 do futebol europeu, avaliada em 56 milhões de euros. Com este valor, os encarnados conseguem ocupar o 28.º lugar, segundo o “Jornal de Negócios”.

A lista é liderada pelo Manchester United, adversário do Benfica na Liga dos Campeões. Os red devils têm uma marca que vale, segundo a consultora, 644 milhões de euros. “O Manchester United tem desenvolvido uma marca atrativa e bem protegida, o que leva os parceiros globais a estarem dispostos a pagar somas avultadas para estarem ligados aos campeões”, explicou a consultora, lembrando os contratos que os ingleses conseguem, como por exemplo o que celebrou com a marca “DHL”, onde irá receber quase 46 milhões de euros em troca do patrocínio nas camisolas... de treino.


In Record

Crónica de João Malheiro


(In)certeza

A semana foi cruel, mais cruel do que outras. O Júlio Resende apagou-se, o José Niza também. “E Depois do Adeus?”. No caso do Zé, fica a recordação pessoal de momentos inolvidáveis. Mais ainda aquele, nos anos do Paulo de Carvalho, em que a pedido dele li um texto, texto bonito, outro texto bonito da sua lavra, que o médico era mesmo um terapeuta das letras, das palavras, sempre tão bonitas, sempre tão carregadas de afeição, de profundez.

E depois do adeus? Fica a recordação bonita do Zé Niza, pendurado no enésimo cigarro. Era bonito? Era assim mesmo, era como ele era. Era como eu o via sempre, era como eu não queria deixar de o ver. Até porque há gente mais bonita que outra gente, gente que diz mais que outra gente, gente que faz mais falta que outra gente. E só um FC Porto-Benfica mitigou a minha angústia no rescaldo quente da notícia gelada.

A igualdade no Dragão foi escrita com chutos bonitos? Também foi. Mas foi, sobretudo, escrita com as letras da justiça. Neste momento, o Zé Niza só poderia, se quisesse, repartir prosas bonitas por duas equipas que se equivalem no poderio, na qualidade, na acção. O Júlio Resende, se quisesse, pintaria dois quadros de valor semelhante, de porte idêntico, de carga parecida.

FC Porto e Benfica escrevem e pintam, na actualidade, de forma muito aproximada. Quem escreve melhor? Quem pinta melhor? Têm muto Niza, têm muito Resende. Nenhum tem mais Niza que o outro, nenhum tem menos Resende que o outro. Têm tanto de Niza, têm tanto de Resende, que não dá para arriscar quem escreve mais, quem pinta mais. A semana foi cruel, intelectualmente bruta, criativamente madrasta.

Também desta vez, tal como de outras, o futebol fez de lenitivo, foi consolo, foi refrigério. E deixou a mais bonita e teimosa das interrogações. Quem vai vencer esta temporada? O FC Porto ou o Benfica? Com palavras do Niza, com pinturas do Resende, com outras coisas lindas, outras que nem tanto, outras que nada mesmo, quem ousa, nesta altura, arriscar?

setembro 29, 2011

Benfica é o oitavo melhor clube de sempre

Clube português entre a elite europeia devido ao seu passado na competição.




O SL Benfica figura em oitavo lugar na lista dos melhores clubes de sempre em 56 edições da Liga dos Campeões. A iniciativa partiu do jornal francês L'Equipe, que colocou o Real Madrid no topo da lista de melhores equipas da competição europeia com 483 pontos.
Numa lista liderada pelo clube espanhol, o AC Milan surge em segundo lugar com 330 pontos, e o Bayern Munique em terceiro lugar com 288.

A tabela foi elaborada tendo em conta as presenças dos emblemas europeus nas finais e nas meias-finais da prova europeia, sendo atribuídos 30 pontos aos vencedores da competição, 15 aos finalistas vencidos e 10 pontos aos semi-finalistas.

O SL Benfica somou 217 pontos, ocupando o oitavo lugar da lista, à frente de clubes como a Juventus, mais dois pontos, e de Inter Milão, mais 33 pontos.
O Barcelona, atual campeão europeu, ocupa a quarta posição na lista, com 250 pontos.

 Lista dos melhores clubes da Liga dos Campeões de acordo com o L'Equipe
1º    Real Madrid    483 Pontos
2º    Milan    330 Pontos
3º    Bayern Munchen    288 Pontos
4º    Barcelona    250 Pontos
5º    Liverpool    237 Pontos
6º    Man. United    229 Pontos
7º    Ajax    220 Pontos
8º    Benfica    217 Pontos
9º    Juventus    215 Pontos
10º    Internazionale    184 Pontos

In Sapo

De Águia ao peito _ Nuno Melo


Empate no Dragão

Como seria normal, para quem goste de futebol, nos últimos dias discutiram-se as incidências desportivas do grande clássico de sexta-feira passada. Argumentou-se à volta dos golos, das boas defesas, das jogadas, da táctica, das substituições, e de um ou outro jogador que se destacou no Futebol Clube do Porto e no Benfica. Pessoalmente, impressionou-me o magnífico golo do Gaitán, cada vez mais em forma, e muito eficaz.

Mas escusado, francamente, pareceu-me a pseudo polémica à volta do Cardozo, da agressão imaginada, e do amarelo decidido pela arbitragem, sob pretexto de que consumada uma expulsão, um dos golos do Benfica não aconteceria, e o resultado seria outro. Em primeiro lugar, porque uma expulsão do Cardozo teria sido um escândalo. Depois porque essa mesma decisão não teria permitido o que acabou por acontecer. Um jogo bem disputado, duas equipas esforçadas e empenhadas, e um resultado que no essencial foi justo.

De resto, fácil seria encontrar argumentos equivalentes em favor das hostes benfiquistas. Por exemplo: no mesmo jogo aconteceu ou não uma tentativa de agressão do Hulk ao Maxi Pereira, com encosto de cabeça à mistura? E que teria sucedido se o Hulk tivesse sido expulso? Fico-me por isso pelo que, tudo ponderado, me parece mais relevante:

– Há muitos anos que não víamos o Porto contestar decisões da arbitragem;

– Há muito tempo que não se percebia de forma tão nítida, perante um adversário assim temível, e no Dragão, o Benfica recuperar por duas vezes da desvantagem no marcador.

E quem sabe não teremos nisso um bom prenúncio para o que sucederá no final do campeonato. O Benfica campeão!

In Record

Sócio n.º 1 dos encarnados faz 100 anos




José gonzaléz oliveira inscrito desde 1922

O sócio número um do Benfica celebra, esta quinta-feira, o seu 100.º aniversário. José Gonzaléz Oliveira foi inscrito pelo pai em 1922 e, ao longo de quase 90 anos, assistiu a todas as mudanças do clube da Luz.

“Pessoalmente, vejo o Benfica do mesmo modo que o via antigamente, em termos de amor ao clube e respeito pelos seus valores e a sua história. No entanto, o Benfica de hoje é muito diferente do dos meus tempos de juventude, quando colaborei nalgumas secções/modalidades. Evoluiu, ganhou dimensão, prestígio internacional e sofisticação. É ainda mais ecléctico e soube atrair inúmeros adeptos e sócios em todo o Mundo”, afirmou ao jornal "O Benfica".


   In Record

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Os comediantes

Escrevi há oito dias que Nolito tem nome de palhaço. Ora Fucile, sem desprimor, tem ar de palhacinho. E foi ele, de facto, o protagonista da cena mais cómica do “clássico”.

Cardozo corria com a bola pela esquerda quando Fucile entrou a varrer, como se fosse uma automotora, levando tudo atrás. Ele e Cardozo embrulharam-se no chão, Fucile agarrou-se à cara, como se tivesse levado um soco – e o árbitro acabou por mostrar amarelo aos dois.

No fim do jogo, o treinador do FC Porto garantiu que Fucile fora agredido e alguns comentadores afetos aos portistas juraram a pés juntos que Cardozo lhe batera na cara. Para todos, o amarelo a Fucile fora injusto e Cardozo deveria ter sido expulso. E sendo assim, o primeiro golo do Benfica, marcado por Cardozo, não teria acontecido.

Eu não vira nenhuma agressão, mas confiei no que ouvia: se Vítor Pereira e os comentadores eram tão afirmativos, com certeza tinham visto mais do que eu.

Sucede que, depois de tudo terminado, Fucile veio dizer que Cardozo lhe deu um pontapé... numa nádega! De uma penada, Fucile desmontava o teatro que tinha feito em campo ao agarrar-se à cara (que não fica propriamente perto da nádega) e desmentia os comentadores do seu clube e o seu próprio treinador.

Este episódio não foi um fait-divers. Ele põe em causa a seriedade dos jogadores, a seriedade dos comentadores e a seriedade dos treinadores. Como se admite que um jogador finja ter sido agredido para prejudicar maldosamente um adversário? Como se admite que um treinador e comentadores garantam uma coisa que não viram, pois não existiu?

A bem do futebol, é preciso desmascarar estes comediantes.

In Record 

Tempo Útil _ João Gobern


Nova campanha

Está visto: chegou a hora de Javi García. À falta de melhor, descurando o facto de o murciano que impressionou Capello e Del Bosque já estar a cumprir a terceira temporada em Portugal, coincidindo na chegada ao Benfica com o treinador Jorge Jesus e desmentindo (logo à primeira época) a tão propalada loucura que teria afetado os corpos gerentes do clube que o foi buscar aos quadros do Real Madrid, fica designado o sucessor de Katsouranis, Bynia e David Luiz no “esquadrão da morte” recrutado pelos encarnados. Javi García terá, no dizer de pelo menos um adepto portista indisposto com o resultado do clássico da passada sexta-feira, um pacto com os árbitros que lhe permitem o “jogo mais sujo da Liga”. Um caceteiro, um violento. Mas porquê ficar por aí? Pirata, sevandija, assassino, que sei eu?

O curioso é que toda esta indignação nasce na sequência de uma partida que o FC Porto não conseguiu ganhar por duas razões: primeira, porque não estava sozinho em casa e se deixou iludir perante uma metade de jogo aparentemente passiva do adversário; segunda, porque mesmo os habituais pulmões do campeão foram lestos a pedir sopas e descanso muito antes do cronómetro chegar ao fim. Exemplos? Hulk (com a atenuante de vir de uma lesão) e João Moutinho (caso verdadeiramente invulgar). Para não falar de Fucile, aparentemente mais empenhado em exibir o que aprendeu nas suas aulas de expressão dramática (a dor fulminante mas incompreensivelmente efémera, anatomicamente deslocada, que o atinge quando é “agredido” por Cardozo, ficará como um dos momentos de tragédia desta época, já devidamente caricaturado em televisões internacionais) do que em correr ao lado de Gaitán, e assim evitar o golo do empate do Benfica.

Custa-me a perceber que, perante um jogo que teve a arte e o condão de deixar silenciados os pirómanos do costume (de um lado e do outro), em que se trocaram – de vez? – as bolas de golfe pela bola de futebol, em que houve emoção e incerteza no resultado, em que ninguém ficou arredado da corrida ao título, um empate caseiro motive tamanhas palpitações de fígado. E acredito sinceramente que os verdadeiros adeptos do FC Porto estarão mais preocupados com a falta de alternativa a Kléber, com a resistência dos atletas e com a aferição do que vale realmente Vítor Pereira do que em crucificar um adversário que é viril mas não demonstra prática ou conhecimento de artes marciais. Quem fez a defesa do pior Bruno Alves não deve querer falar alto. Se o fizer, arrisca-se a falar sozinho.

NOTA – Em nova semana europeia, o Benfica cumpriu – sem brilho – a parte que lhe tocava. Que os deuses voltem a estar com FC Porto, Sporting e Braga. Boa falta nos faz à autoestima e à bolsa.

In Record 

setembro 28, 2011

Por força da lei _ Ricardo Costa


Dinheiro fresco

Em agosto deste ano foi constituída a “Sport Clube Beira-Mar – Futebol, SAD”, a sociedade anónima desportiva (SAD) através da qual se passou a gerir o futebol profissional do Beira-Mar. O clube ficou titular de 15% das ações representativas do capital social. Como sócio esmagadoramente maioritário da SAD aveirense ficou uma sociedade estrangeira domiciliada no Dubai, que foi utilizada pelo iraniano Majid Pishyar para investir no futebol português: quase 85% do capital (e cerca de € 850.000!). A restante percentagem do “quase” ficou nas mãos de três dirigentes do Beira-Mar. Juntamente com a SAD do Estoril Praia (com investimento brasileiro), estas duas sociedades desportivas distinguem-se por serem dominadas por sujeitos externos ou fora do controlo do “clube fundador” e, por isso, assumem-se como arquétipo completamente diferente do “modelo dominante” no futebol societário cá do burgo.

Esse “modelo dominante” caracteriza-se pela constituição e preservação de sociedades desportivas em que o clube tem o domínio, seja diretamente, seja indiretamente através de uma outra sociedade em que o clube participa a 100% ou maioritariamente. É verdade que esta participação indireta é admitida pela lei de 1997. Como também é verdade que é essa mesma lei que prevê um limite mínimo imprescindível e um limite máximo para a participação dos clubes no capital da SAD gerada por “personalização de equipa”: deve ter entre 15% e 40% das ações; logo, um sócio minoritário. É ainda verdade que, como contrapartida dessa posição não maioritária, a lei entrega ao clube “golden shares” que permitem vetar deliberações sobre assuntos vitais da SAD em assembleia geral e designar pelo menos um dos administradores (com direito de veto sobre assuntos mais sensíveis). O certo é que, no meio destas verdades, os clubes fundadores foram e continuam a ser os sócios materialmente maioritários: entre o limite formal de 40% e a maioria ficou “plantada” aquela outra sociedade dominada pelo clube fundador. E todos sabemos que foi por essa via que se convenceram os associados dos clubes a autorizarem a constituição da “sua” SAD…

Há muito que sustento que os clubes não poderiam ter mais do que 40% do capital das SAD, contando para isso tanto as participações diretas como as indiretas. Entre outras razões, saliente-se que ter maioria (ainda que de forma indireta) e ter direitos especiais nas ações do clube é um contrassenso e faz perder o equilíbrio de forças que a lei teve em mente. E assim se desperdiçou ao longo destes anos a entrada de dinheiro fresco no futebol português, o mesmo dinheiro que tem ido ultimamente para Espanha e para França. Ninguém quer investir para não mandar…

Por esta razão, urge clarificar a disciplina legal e virá-la para o desporto global. Os associados do Beira-Mar perceberam a lei e acreditaram numa outra forma de enquadramento do futebol do seu clube, sem o qual nunca haverá SAD e na qual sempre o clube terá uma intervenção fulcral. Se correr bem, porventura terão feito muito mais pelo futebol português do que aquilo que pensaram no momento do voto... 

 In Record

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



Fizeram a força

Comecei a ver o jogo em sofrimento. São as más memórias, é a dificuldade inerente ao clássico, era jogar no Dragão. Mas Jesus fez o que lhe pedi: não inventou. Entrámos em campo com o nosso onze desta época, e não vencemos mas não falhámos. Sem medos do monstro verde ou do azul.

Na primeira parte deu Porto, que apostou na ala esquerda do Benfica e nas diagonais lá à frente. Secaram Nolito – tiveram medo dele, muito marcado – e obrigaram Javi e sobretudo Witsel a trabalho redobrado à boca da área. Jesus não inventou, mas na primeira metade a estratégia não colou. Na segunda? Era dar consistência ao miolo, matar o nervosismo e esquecer os amarelos. Mas criar condições para os alas respirarem e serem inventivos. A muralha Javi/Witsel ao centro obrigou o FCP a procurar os corredores. Era fazer entrar o Chuta-Chuta, que estava a fazer falta. Só que entretanto Nolito solta-se e dá a Cardozo, que marca. Dragão? Caladinhos. Por pouco tempo: a nossa defesa teve uma das suas “brancas amnésicas” e Varela não perdoou. Calei-me eu. Depois chegaram as substituições e Cardozo ficou sozinho lá à frente, à espera do erro. Mas abriram-se as alas. E Saviola deu um cheiro do que já o vimos ser, naquele passe de matador para Gaitán. E sofreu-se, mas vamos em primeiros.

Lições a retirar? Não vale a pena ter medos excessivos de jogadores determinados. Emerson resolveu-me o mistério de como travar Hulk, coadjuvado por Javi e Witsel (como eu tanto pedi). Não foi um jogo exemplar do ponto de vista da disciplina, mas em Roma sê romano. E quando vejo o tal monstro verde dizer que nunca viu um vermelho direto ser amarelo para a “vítima”, agarro-me à barriga a gargalhar, e só tenho uma pergunta: mas em que clube é que tu jogas, rapaz?

 In Record

setembro 27, 2011

Champions League Otelul Galati – SL Benfica, 0-1


Domínio claro na Roménia

O Sport Lisboa e Benfica venceu o Otelul Galati por 1-0, em jogo relativo à 2.ª jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. No outro encontro do Grupo, o Basileia surpreendeu o Manchester United com um empate a três. Segue-se o desafio com os suíços em St. Jakob-Park.

O técnico Jorge Jesus voltou ao esquema de dois avançados para este jogo, sendo Óscar Cardozo o elemento mais adiantado da formação da Luz, com Saviola a jogar mais solto nas costas do paraguaio. Witsel e Javi García ocuparam a zona central do meio-campo, enquanto Bruno César e Gaitán ficaram responsáveis pelos flancos. Na defesa tudo igual, com Maxi, Luisão, Garay e Emerson. As redes foram defendidas por Artur Moraes.

Os primeiros dez minutos do encontro apresentaram duas equipas a estudarem-se mutuamente, embora pertencesse ao Benfica um maior ascendente ofensivo. O Otelul não escondia algumas dificuldades em sair a jogar com a bola controlada. O primeiro lance de perigo surgiu, naturalmente, a favor dos “encarnados”, na sequência de um canto batido por Bruno César. Luisão ganhou no ar aos defesas adversários e a bola sobrou para Witsel, que atirou com força para corte “in extremis” de um jogador romeno.

À passagem da meia hora, Maxi Pereira colocou o esférico na área através de um lançamento lateral, a defesa não afastou na perfeição e, na ressaca, Bruno César atirou com perigo ao lado. Os avisos iam-se sucedendo e aos 40 minutos surgiu o golo inaugural. Nico Gaitán voltou a fazer das suas e descobriu Bruno César a aparecer na zona central. Com o pé esquerdo abriu com classe pelo ar, oferecendo ao brasileiro a oportunidade de se isolar. O peito matou a bola e à saída do guardião Grahovac, o pé direito surpresa fez abanar as redes contrárias.

Ao intervalo a vantagem era justa e até pecava por escassa, tal foi o domínio benfiquista durante os primeiros 45 minutos. Para a etapa complementar antevia-se um possível avanço do Otelul no campo, abrindo mais espaços para o Clube da Luz explanar o seu ataque.

Os jogadores às ordens de Jorge Jesus entraram com tudo na segunda parte mas, curiosamente, foi o Otelul a rematar primeiro. Filip (60’) atirou com força à figura de Artur, com o brasileiro a responder à altura. Volvidos cinco minutos, Bruno César quase bisou, depois de Cardozo lhe dar a bola de calcanhar a cerca de 25 metros da baliza. O extremo avançou e rematou colocado para excelente intervenção de Grahovac.

Aos 72 minutos, Maxi Pereira apareceu solto na ala direita e apostou no remate potente que, apesar de ter saído por cima, gelou os adeptos romenos que marcaram presença no Arena National, em Bucareste. Passados oito minutos e na mesma posição, Maxi decidiu centrar o esférico para Cardozo, que cabeceou à figura de Grahovac.

Já perto do apito final, houve duas oportunidades para cada lado. Primeiro foi o Otelul que obrigou Artur a defesa apertada e de seguida Rodrigo (que rendeu Gaitán) rematou de longe com muito perigo.

No final do encontro, os três pontos eram justíssimos e muito importantes, uma vez que em Old Trafford houve surpresa com o empate a três bolas entre Basileia e Manchester United.

Segue-se a visita ao adversário helvético no dia 18 de Outubro, uma partida que em caso de vitória “encarnada” pode significar um passo de gigante em direcção aos oitavos-de-final.

O Sport Lisboa e Benfica apresentou o seguinte onze: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson, Javi García, Witsel, Bruno César (Ruben Amorim 81’), Gaitán (Rodrigo 76’), Saviola (Nolito 62’) e Cardozo.

Texto: Frederico da Costa Branco 

Email Aberto _ Domingos Amaral




Doze batalhas

From: Domingos Amaral
To: Domingos Paciência

Caro Domingos Paciência
No final da primeira jornada escrevi aqui que o teu Sporting, o Braga, e o meu Benfica, que haviam entrado com o pé esquerdo nos respetivos jogos, ainda estavam a milhas dos azuis, que haviam ganho em Guimarães. Pelos vistos, falei cedo de mais. Corridas apenas seis jornadas, já deu para ver que o Braga está sereno e consistente, que o Benfica está entusiasmante e eficaz, e que até o teu Sporting se está a reequilibrar, ultrapassando as “tremideiras” iniciais, o que só mostra a tua capacidade.

E isto tudo ao mesmo tempo que o FC Porto perde força, mental e física. Em casa, o FC Porto viu o meu Benfica recuperar duas vezes de desvantagem e não conseguiu reagir. Jesus está, aliás, a começar uma nova tradição, a de não perder no Dragão, e conta já com uma vitória e um empate nas duas últimas viagens que lá fez.

Ainda bem que as quatro equipas se mostram capazes de jogar para o título, pois assim o campeonato será emocionante, e serão essenciais os jogos entre os quatro candidatos. Entre o teu Sporting, o meu Benfica, o Braga e o FC Porto existirão 12 jogos, 6 na primeira volta e 6 na segunda. Serão confrontos decisivos na luta pelo troféu, todos podem perder e ganhar muitos pontos, e olhando para o calendário é possível prever que a emoção persistirá até à última jornada. Para já, Benfica e FC Porto foram os únicos que jogaram entre si, e o Benfica conseguiu um importante empate fora. Mas essa foi apenas a primeira batalha daquela que será, acredito, uma série de 12 batalhas inesquecíveis.


 In Record

setembro 22, 2011

Tempo Útil _ João Gobern


Dos zeros ao pleno

O imprevisto empate do FC Porto frente ao Feirense, ainda mais surpreendente porque os campeões vinham dando excelentes sinais de assimilação das particularidades de Vítor Pereira, pode ter aberto portas a um clássico que ajude a resgatar de vez a ideia de que o futebol em Portugal não precisa de ser sempre uma fórmula ou uma batalha, também pode afirmar-se como espetáculo.

Se a vantagem pontual dos nortenhos ainda se mantivesse, poderia o Benfica reclamar que a exibição necessitava de subordinação ao resultado, uma vez que era fundamental não deixar estender a vantagem do líder. Assim, uma derrota no embate do Dragão não ganha a chancela de irreversível, não justifica ainda o carimbo de irremediável. O que é um bom motivo para que ambas as equipas, precisamente aquelas – com o devido respeito pelo Braga, em mudança, e sobretudo pelo Sporting, em reconstrução – que melhor futebol praticam, possam finalmente pôr em campo os trunfos de que dispõem, de uma forma que não se fique pela vergonha, pelo taticismo, pela obsessão de manietar os ases do adversário, pelo calculismo dos pontos ou dos troféus. É, porventura, uma ocasião única para deixar saltar os artistas, para dar poder aos operários, para que a criatividade e o sacrifício, o talento e o suor nos reconciliem de vez com o que resta de pureza e beleza no futebol, tão cheio de podridão, de mascaradas, de “habilidades” e chico-espertos.

Adivinho que haja muitos que, aqui chegados, já se cansaram do romantismo e da utopia que há neste desejo, pouco condizente com a época, com os orçamentos, com as mentalidades. Lamento, mas não chega para me fazer mudar de ideias – eu sou daqueles que sonham com a possibilidade de, quando os hunos se calarem e os domínios passarem de mão, voltar a ver FC Porto e Benfica a disputar jogos amigáveis e a manterem relações cordiais, ao ponto de cada encontro entre as duas equipas ser (de momento, tendo em conta as dificuldades do Sporting) o expoente que se pode oferecer ao consumidor nacional, em vez de ser gerador de tensões irracionais, de comportamentos bélicos, de flashes de vergonha para quem tem que explicar a um filho o que o apaixona e o arrebata no futebol.

Um primeiro passo cumprir-se-á se dirigentes e jogadores (mas estes, reconheçam-se, raramente são culpados) mantiverem o silêncio ou o bom senso. Se o árbitro não for imediato motivo de desconfiança. Se os técnicos evitarem a arrogância e o baixo nível. Depois, só falta que na sexta-feira Hulk e Gaitán, Defour e Witsel, João Moutinho e Aimar, Kléber e Saviola, Rolando e Luisão, Helton e Artur façam mais do melhor que sabem e podem. Se o futebol ganhar, num jogo destes, quase apetece dizer que não há quem perca.


In Record

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva



Golito

Nunca pensei fazer um texto sobre Nolito. Tem nome de palhaço e de início pareceu-me muito trapalhão. Enfiava os olhos no chão, não olhava para ninguém, enredava-se no meio de dois ou três adversários e perdia a bola. O problema é que, hoje, continua a meter-se no meio dos adversários – mas às vezes não perde a bola, passa por três ou por quatro, insiste, remata e marca!

Nolito foi a grande figura do Benfica nos últimos jogos, por boas e más razões. No jogo contra o Manchester teve a vitória nos pés nos instantes finais, após uma das suas jogadas trapalhonas em que desorientou toda a defesa – e depois não fez o que parecia mais fácil, a dois ou três metros da baliza. Foi um falhanço que fez chorar a Luz.

No último domingo foi outra vez a figura do jogo – mas pelas razões opostas: marcou dois golos, um deles após um slalom “impossível” no meio de três adversários.

É certo que Nolito não tem o remate de Cardozo, nem a clarividência de Aimar, nem a técnica de Gaitán – mas tem uma característica que falta em alto grau à equipa do Benfica: tem a noção de que os jogos se ganham marcando golos. Numa equipa que gosta muito de passes e notas artísticas, Nolito tem sempre a baliza nos olhos.

Nos antípodas deste espanhol concretizador está Saviola. Enquanto Nolito inventa golos impossíveis, Saviola falha golos incríveis, erra passes sucessivos, perde todas as disputas no “um contra um”. Compreendo que Jesus o defenda. É um coelho atómico. Mas neste momento talvez seja melhor para ele não jogar do que falhar lances em série.

 In Record

setembro 21, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



Jesus, não inventes

O jogo começou com um burburinho bom no estádio: o Porto empatou com o Feirense. A esperança tomava conta dos 32 mil na Luz, que gritaram muito com os escolhidos de Jesus, oscilantes entre a garra, a apatia e os golos.

Não foi um jogo genial. Em poupanças pré-clássico e vindo de uma jornada bem conseguida na Champions, Jesus deu-nos um Benfica com a mesma tática de sempre mas sem os seus dois magos: Aimar e Javi García. E sentiu-se tanto a falta deles. Matic foi o pior elemento do SLB (seguido de um Witsel que parece uma sombra daquele outro, do Twente, lembram-se?). Já o Chuta-Chuta, pesado ou leve, fez uma boa partida. E Nolito, no seu estilo desengonçado, fechou o jogo por duas vezes: quando reagiu de imediato ao golo da Académica, que nos salvou de uma ida para os balneários a penar com um empate às costas; e literalmente, quando marcou o quarto. Mas quem desatou o nó apático em que o Benfica se encontrava na segunda-metade foi Aimar – chegou, marcou, venceu.

Somados os 3 pontos, vamos ao que interessa, que é saber como é que se vence no Dragão. O primeiro e maior pedido de todos: que Jesus não invente. Os cinco secos que levámos na última temporada não nos devem fugir da memória. Nem o David Luiz a defesa esquerdo, tremia a equipa toda só com a sombra de Hulk. Não deixa de ser para mim misterioso como é que o Emerson vai travar o dito rapaz. Mas não podemos entrar desconcertados, desconcentrados e receosos. Se Jesus gosta tanto do seu 4x4x2, venha lá ele. Temos de travar as “brancas momentâneas” que esta defesa tem, e que leva Artur batido vezes de mais; não podemos abusar das linhas baixas; com Javi de volta e Witsel com um puxão de orelhas, temos de adensar o miolo e dar jogo a Aimar; temos de enfrentar este penoso facto: Saviola não pode jogar; e, custa-me muito, mas temos de contar com Cardozo lá à frente para fazer pela vida. Continuo a dizer: não tenho medo do monstro verde. Perdão, azul.

 In Record

Crónica de João Malheiro



Marechal das redes

As tertúlias da bola sempre me fascinaram, sobretudo pelo seu carácter interclassista. Desde miúdo, seduz-me a transversalidade do futebol, essa coisa de ver (e ouvir) operários e intelectuais, magalas e domésticas, empregados e patrões, gente de todos os matizes a debitarem mais ou menos sabedoria, mais ou menos baboseiras sobre o mundo imenso do jogo das massas.

Quem era melhor? Di Stéfano, Pelé, Eusébio ou Maradona? Na actualidade, Messi ou Ronaldo? Peyroteo, Matateu ou José Águas noutros tempos? Simões, Chalana ou Futre mais recentemente? As unanimidades, no futebol, são ainda mais difíceis do que as goleadas. È difícil, muito difícil, comparar jogadores de tempos diferentes, de posições discrepantes, de nacionalidades distintas.

Talvez num posto específico, o de guarda-redes, a tarefa não encerre tanta dificuldade, tanta opinião desencontrada. Ainda assim, Azevedo ou Carlos Gomes? Bento ou Damas? E por que não Vítor Baía? Já a nível internacional, existe mesmo uma unanimidade. Ninguém com ligação mínima ao fenómeno da bola ousa questionar a preponderância de um guardião relativamente aos demais. O russo Lev Yashin, conhecido por Aranha Negra, foi o melhor de sempre. Era mão para toda a obra. Melhor, era mãos, o plural faz mais sentido.

Yashin enchia a baliza de autoridade elegante. Parecia usar fita métrica com precisão absoluta? Usava, seguramente, a força do posicionamento, a energia do embate, a pujança do prazer. As redes de Yashin eram defendidas sempre com alerta máximo, sempre com alma intensa. Havia nele uma dedicação brava, misto de amor e rancor. Havia nele sempre mais do que havia a mais nos outros.

O mundo do futebol teve o seu marechal das balizas. Há dois anos, em Moscovo, na companhia do Eusébio, participei numa romagem ao seu túmulo. Nessa minha deliciosa condição de soldado raso da bola. 

setembro 20, 2011

100 000 View´s

Boa noite a todos.

O meu muito obrigado pela marca das 100 000 visitas.

voltem sempre.



Email Aberto _ Domingos Amaral






Qualquer um...

From: Domingos Amaral
To: Pedro Emanuel

Caro Pedro Emanuel
Para o meu Benfica, o jogo de hoje à noite será dos mais importantes do campeonato. A tua Académica vem jogando bem e ganhando, e por si só já seria um adversário difícil. Acresce que tu és um dragão e portanto vens motivadíssimo para nos tirar pontos. Na sexta, o Benfica irá ao estádio do Freixo, e era importantíssimo para ti e para os teus que fosse com mais pontos de diferença. A aliança FC Porto-Académica já dura há uns anos, e nas últimas quatro épocas, só com Villas-Boas os negros não nos ganharam na Luz. Três derrotas em quatro jogos é mais que azar, é uma espécie de maldição. E é embalada nela que tu vens, com o habitual descaramento ensinado na escola azul, dizer que “qualquer um pode ganhar na Luz”. É uma provocação, mas os azuis costumam dar-se bem com esta atitude, mesmo quando vestem de negro. O Benfica precisa pois de se superar, pois se há momento em que não pode fraquejar é hoje. Depois de enfrentado com brio o forte Manchester, é hora de Jesus mostrar, definitivamente, que este ano nem tu, nem ninguém, irá brincar connosco.

Embora eles bem tentem. A máquina de propaganda anti-Benfica está ao rubro, e tentou passar a ideia de que Duarte Gomes nos ajudou a semana passada. Nada mais falso. Segundo o observador do jogo, ficou por marcar um penálti contra nós, por mão de Alex, que deveria ter sido expulso, tal como devia ter sido expulso El Adoua. Aos 36 minutos, deviam ter existido 3 penáltis a favor do Benfica, e o Vitória deveria estar a jogar com 9! Mas, claro, nós é que fomos ajudados…Só espero que o árbitro de hoje não ceda à tentação de te “compensar” e que saias da Luz a morder a língua. É que não é qualquer um que lá ganha.


 In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa



Negócio com bola

Há uns meses atrás fiz uma conferência sobre a administração das sociedades anónimas desportivas (SAD). A propósito dos resultados deficitários da sua atividade, referi os traços gerais das formas que a lei proporciona para que aqueles que gerem as SAD indemnizem a sociedade e os credores lesados pelos prejuízos causados pela ação – ou inação – desses administradores. E levantei a questão para o futebol: alguma vez haverá ações judiciais a pedir a responsabilidade dos gestores das SAD por “má gestão” ou “gestão ruinosa”? Não tenho conhecimento que haja. É natural que não haja mesmo, pelo menos por decisão da própria SAD em assembleia geral: o clube é o sócio maioritário ou “controlador” da SAD; os administradores das SAD são muitas vezes (no todo ou na sua maioria) as mesmas pessoas que são Presidente e Diretores do clube; é a assembleia geral que delibera a proposição dessas ações; as assembleias gerais são tudo menos populosas...

Nessa altura tive oportunidade de alertar para uma norma da lei das SAD de 1997: exige-se que os seus administradores sejam “gestores profissionalizados”. Manifestamente a lei quer que as SAD sejam administradas por sujeitos detentores de uma habilitação particular para os negócios desportivos de uma certa modalidade, estreitando-se no “clube SAD” a base larga com que tradicionalmente se recruta aqueles que dirigem os “clubes associativos”. Uma habilitação feita de conhecimento da atividade, competência técnica, disponibilidade e experiência no ramo, suscetível de constituir uma garantia de fiabilidade para o “mercado”. Tal significa que as sociedades anónimas dedicadas à participação em competições desportivas e à organização dos espetáculos desportivos exigem um “tipo legal” de administrador particularmente qualificado, com menor probabilidade, logo, de fazer com que “o negócio corra mal”.

A primeira fase de vida das SAD não respeitou, em geral, a solicitação da lei: a comunicação com os clubes fundadores foi perniciosa e não permitiu um salto qualitativo nos quadros. A segunda fase, porém, tem permitido o acesso ao “conselho de administração” de um outro tipo de gestores, inclusivamente aportando ao negócio desportivo “know-how” de outros ramos – tem sido assim, nomeadamente, nas matérias financeiras, na formação desportiva e nos assuntos do “marketing” e da publicidade global. Contudo, as decisões estratégicas, a política global, a “última palavra” nos assuntos vitais continuam a estar nas mãos de uma certa irracionalidade, de uma ligação excessiva com a álea do resultado e até de um comprometimento com interesses que não coincidem com o interesse da SAD. Só assim se podem explicar a contratação de tantos técnicos e tantos jogadores sem proveito, a gerência ilógica dos benefícios associados aos direitos televisivos e as relações com certos agentes.

O certo é que, no fim, conta a bola na rede e o facciosismo. Não contam “as contas” e “os saldos”. A razão conta pouco. Mas, como melhor se verá nos próximos tempos, não tenham dúvidas que nestes anos de SAD muitas ações deveriam ter entrado em tribunal...

 In Record

setembro 19, 2011

Bloco de notas _ Nuno Farinha


Avançados

Paulo Bento não tem sorte nenhuma. A lesão de Hugo Almeida representa a perda da melhor opção que o selecionador tinha para lançar nos combates decisivos de outubro. Pudesse ele convocar Cardozo, Hulk ou Wolfswinkel e não haveria motivo para alarme. Assim, convenhamos, é capaz de haver. Ok, o avançado do Besiktas nem sequer tem sido a primeira escolha para o ataque nacional. É verdade. Mas, com Postiga em fase de adaptação a uma nova realidade (e sabe-se o que tem sido a realidade de Postiga fora do campeonato português…), é legítimo considerar que o futebol mais robusto de Hugo Almeida pudesse vir a constituir solução aconselhável para a intensidade dos duelos físicos com islandeses e dinamarqueses. E há um “detalhezinho” (registo estatístico) que escapa ao adepto comum, mas que não falhará, acredito, a Paulo Bento. Nos seis jogos oficiais que realizou esta temporada, Almeida fez sete golos. Nos sete jogos oficiais que realizou esta temporada, Postiga apontou um golo (ao Luxemburgo). Como não é de Matemática que aqui falamos, os números não querem dizer tudo. Mas, que raio!, devem querer dizer alguma coisa.

Paulo Bento tem muita sorte. Mesmo que, por absurdo, todos os pontas-de-lança viessem a ficar indisponíveis para os dois próximos jogos, o selecionador ainda teria CR – a mais extraordinária máquina de golos do Século 21. Então e quem jogaria nas alas? Fácil. Na direita, Nani. Na esquerda, até poderia escolher o leitor: Coentrão, Danny ou Varela.

Paulo Bento merece a sorte que tem. Chamou Nuno Gomes para o último jogo particular e houve quem achasse que se tratava de uma provocação gratuita ao Benfica. Quando o 21 do Braga saltou do banco na última jornada para bisar em poucos minutos, Bento terá pensado: “Oxalá este não se lesione.”
In Record

setembro 18, 2011

Liga Zon _Sagres 11/12 SL Benfica 4 - Académica 1


Mais uma vitória do futebol espectáculo


O Sport Lisboa e Benfica recebeu e venceu, este domingo a Académica, por 4-1, numa partida referente à 5.ª jornada da Liga portuguesa. Depois da boa exibição frente ao Manchester United para a Liga dos Campeões, a equipa orientada por Jorge Jesus voltou a explanar todo o seu bom futebol, marcando por intermédio de Bruno César, Nolito (duas vezes) e Aimar.

A recepção à Académica ficou marcada por algumas novidades no onze inicial, nomeadamente na zona do meio-campo. Matic apareceu no lugar habitualmente ocupado por Javi García, enquanto Ruben Amorim e Gaitán foram preteridos nas alas por Bruno César e Nolito. Na zona mais avançada, Saviola regressou à titularidade da formação benfiquista, ficando Pablo Aimar no banco de suplentes.

Depois de um jogo de grande intensidade frente ao Manchester United na última quarta-feira, o Benfica recebeu a Académica com o intuito de somar mais uma vitória e aproveitar, assim, o empate do rival FC Porto nesta ronda.

Mudaram os protagonistas, no entanto, o futebol do Benfica não sofreu qualquer decréscimo de qualidade, continuando a encantar aqueles que seguem a par e passo a caminhada dos pupilos orientados por Jorge Jesus. Foi, então, uma primeira parte de enorme qualidade futebolística, com excelentes recortes técnicos e golos de levantar o adepto mais friorento do seu lugar no Estádio.

Bruno César, um dos elementos em foco durante a primeira parte, começou por fazer um passe muito bem direccionado para Cardozo, contudo, o paraguaio não conseguiu dar o melhor seguimento ao esférico (10’). Aos 24 minutos, foi a vez de Emerson entrar pelo lado esquerdo do ataque e fazer um excelente cruzamento para o interior da área, onde apareceu Saviola a rematar para uma excelente intervenção do guarda-redes Peiser.

O mais que merecido golo do Benfica surgiu um minuto depois e após um excelente trabalho individual de Bruno César. Sem abrandar o ritmo da partida, a formação da Luz esteve perto do 2-0 num lance de Saviola (36’).

O Benfica não marcou e viu o adversário aproveitou uma jogada fortuita para chegar à igualdade. Danilo foi o autor do tento (39’). A resposta não se fez esperar e a justiça mínima no marcador – a vantagem podia ser muito mais ampla – chegou por intermédio de Nolito (41’).

O segundo tempo não foi muito diferente do primeiro, confirmando toda a superioridade benfiquista. Aimar, aos 82 minutos, acabou com as eventuais dúvidas sobre o vencedor do desafio, sendo que Nolito fechou as contas já em período de descontos.

Foi mais uma vitória justa do Benfica e que coloca a equipa no topo da tabela classificativa. 

O Benfica apresentou a seguinte equipa: Artur Moraes; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Emerson, Matic, Witsel, Bruno César (Aimar, 70’) e Nolito; Saviola (Gaitán, 70’) e Cardozo (Rodrigo, 84’).

Texto: Rui Manuel Mendes

Jornal " O Benfica " Edição Nº 3516


 » TÍTULOS:

» 24 - Futsal: "10 anos de Futsal" (pág. 24)
» 29 - Opinião Luís Fialho: "Capitão para sempre" (pág. 29)

» 2 - Síntese + Clube: "O Bom Gigante recordado na Luz"
» 3 - Mercado - Reforços que não enganam: "Com selo de qualidade"
» 4 e 5 - Mercado - Novos jogadores permitem mais alternativas tácticas: "Jorge Jesus conta com mais opções"
» 6 - Crónica de Futebol - Nuno Amaral Saraiva: "Triunfo merecido"
» 7 - Análise à Liga - 4.ª Jornada: "Aumenta a pressão"
» 9 - Antevisão à 5.ª Jornada - Benfica-Académica: "Um 'exame' para vencer" + Opinião Arons de Carvalho
» 10 - Crónica de Futebol - Liga dos Campeões - Sónia Antunes - "A vitória ficava-nos tão bem"
» 11 - Análise - 1.ª Jornada da Liga dos Campeões: "Empate que soube a pouco" + Ricardo Palacin
» 13 - Zona de decisão - João Correia: "Nasci do Benfica" + Opinião João Malheiro
» 14 - Opinião Pragal Colaço: "O palco é nosso, o dinheiro é deles"
» 15 - Entrevista - Luisão - "O presidente do Benfica é um homem de visão"
» 16 e 17 - Entrevista - Luisão: "Tentei sempre ajudar a liderar e a incentivar os companheiros"
» 18 - Entrevista - Luisão: "Sou conhecido por ser capitão do Benfica"
» 19 - Juniores - "Encarnados" vêm de uma vitória em casa: "Triunfar em Oliveira de Azeméis"
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setembro 17, 2011

Contra a Corrente _ Leonor Pinhão



Provavelmente ainda lhe doía

SÁBADO, 10 DE SETEMBRO

Hoje, sábado, lá fui mais uma vez fazer aquilo que o Vítor Pereira ainda não fez este ano, isto é, ver o Benfica jogar. Não jogou por aí além, diga-se, mas ganhou com justiça a um Vitoria de Guimarães renascido, que se bateu bem, e que só deixou de se meter a defender penalties quando os seus jogadores deixarem de jogar a bola com a mão, o que tem lógica.

É muito provável que Vítor Pereira tenha visto hoje, finalmente, um jogo do Benfica porque não vai poder apresentar-se na sua próxima de conferência de imprensa sem se referir aos penalties da Luz. Ou então, vai despedido, ate porque ainda está no período experimental.

O árbitro Duarte Gomes não foi comprado pelo Benfica, é bom que fique claro. A sua actuação faz parte de um plano bem mais sinistro. O árbitro Duarte Gomes foi comprado pelos tipos da Troika em prol da alienação geral. Isto para que seja desviada para o caso dos penalties do Duarte Gomes a atenção dos comentadores e colunistas do país. E, assim sendo, ninguém vai falar de cátedra sobre as medidas a que nos sujeitam as tais pessoas da Troika.

Eu própria vou falar dos penalties do Duarte Gomes, é este o triunfo da troika! Ressalvando que, na minha opinião, ficou uma grande penalidade por marcar a favor do Benfica quando o resultado estava ainda empatado a zero (uma mão, sempre as mãos...), o primeiro penalty pareceu-me indiscutível, o segundo também e o terceiro, francamente, visto e revisto, não parece nada que justifique o castigo.

Na segunda grande penalidade, cometida por El Adoua que desvia com o braço uma bola que ia para a baliza, melhor teria feito o jogador do Vitória de Guimarães em dar o corpo à bola com os bracinhos postos atrás das costas, como fazem os jogadores mais sábios e experientes. Mas não foi o que fez El Adoua.

Na transmissão da Sport TV há uma imagem muito curiosa de El Adoua zangado, depois de Duarte Gomes apitar para o terceiro penalty da Troika e a olhar para o braço direito que, provavelmente, ainda lhe doía...

DOMINGO, 11 DE SETEMBRO

Alguns jogadores que, por um motivo ou por outro, não couberam biologicamente neste Benfica de 2011/2012 estiverem hoje em bom plano nos clubes adoptivos ou de substituição. Nuno Gomes marcou dois golos pelo Braga, Roberto defendeu uma grande penalidade que valeu 1 ponto ao seu Saragoça e Schaffer, com um pontapé incrível, fez o golo que deu a vitória ao União de Leiria em Aveiro.

Ontem quase que tivemos oportunidade de ver Melgarejo uns minutinhos em acção pelo Paços de Ferreira contra o Sporting mas, quando ia entrar no jogo, o arbitro expulsou um colega e Melgarejo teve de voltar para o banco. Foi pena. Sabe-se lá o que iria Melgarejo fazer com o resultado em 2-0 para a sua equipa e com onze contra onze em campo...

De qualquer modo estes sucessos dos jogadores do Benfica, ou que foram do Benfica, como é o caso de Nuno Gomes, só podem causar alegria entre os benfiquistas porque têm a virtude de nos provar a sua valia e, mais importante ainda, têm a virtude de nos provar que o actual quadro de jogadores do Benfica é suficientemente sólido e valioso para não sofrer com estas ausências.

E que bom para nós todos o Benfica não ter cedido Capdevilla a nenhum outro clube. Assim sendo, está lá na Luz à espera do seu momento e poupa-nos, pela ausência, a hipotéticas irritações.

MEO e Benfica lançam aplicação interactiva em exclusivo


O MEO, serviço de televisão por subscrição da Portugal Telecom, lançou em exclusivo para os seus clientes uma aplicação interactiva na televisão, desenvolvida em parceria com o Sport Lisboa e Benfica. Esta é a primeira aplicação interactiva em televisão dedicada a um clube de futebol em Portugal e permite, aos clientes MEO, o acesso a diversos conteúdos do Benfica de forma gratuita.

Nesta primeira fase, estará disponível um leque de episódios dos melhores programas da Benfica TV, tal como o “Vitórias & Património”, série documental que dá a conhecer os mais de 100 anos de história do Sport Lisboa e Benfica, o “Estúdio BTV”, programa de entretenimento, com figuras conhecidas do universo do Benfica, e o “Relatório e Contras”, programa de debate e análise dedicado à semana desportiva.

Para além dos programas, haverá ainda lugar para a transmissão de alguns jogos internacionais. Recentemente o canal alargou a oferta de conteúdos, garantindo os direitos de transmissão - em directo ou em diferido - de um total de 180 jogos envolvendo clubes e selecções mundiais de topo.

A nova aplicação interactiva do MEO, disponível para todos os clientes MEO ADSL e MEO Fibra (com MEOBox), está acessível a qualquer momento através do botão vermelho do comando MEO, sobre a emissão da Benfica TV, ou no Meo Interactivo com acesso via botão azul, que agrupa os melhores widgets e aplicações para televisão.


setembro 16, 2011

Crónica de João Malheiro


Menino

Não sei se a frase é minha, mas reitero-a convictamente. Qual é a frase? 'Há uma razão dialéctica que percorre os corredores do tempo com passada larga.' Essa mesma. Minha? Não sei. Mas sei que sei que gosto. Que gosto demais. Há dias, neste Setembro perfumado, passei pela velha rua que me adolesceu. Chama-se 'Independência da Guiné'. Chama-se, porque eu quis que se chamasse. Era assim no ano brasa de 74. Até botei discurso na cerimónia. Tinha 14 anos. Mais parecia, convenhamos, um caso de pedofilia política. Penso que comecei aí, dialecticamente, uma passada larga. Larga talvez até em demasia.

A 'Independência da Guiné' situava-se mesmo ao lado do velho Campo da Avenida, onde jogava o Rio Ave. Já o coração batia de benfiquismo desenfreado, aprendi bola, muita bola, no pelado dos arrabaldes. E na traseira, o hotel da vila recepcionava os estágios dos principais clubes nacionais. Para encantar a minha meninice, lembro-me de conversar com o José Maria Pedroto, o Coluna, o Hilário, o Jacinto João, tantos mais. O Benfica mexia comigo, mas não me cegava. Toda a bola valia mais ainda que o meu clube de afeição. Quem era o meu melhor amigo? Chamava-se Bernardo da Velha, jogava no FC Porto. Com ele passeava, nas manhãs de domingo, jardim afora, persuadido, por via disso, do meu estatuto de gente grande.

Nunca mais vi o Bernardo da Velha, dizem-me que se radicou nos Estados Unidos ou no Canadá. De pouco importa. Mas já importa que me fez sentir gente, gente sabedora, gente importante, gente da bola.

Emir do Qatar quer direitos televisivos


 segundo noticia o "CM"

O emir Al Thani, do Qatar, está a negociar os direitos televisivos dos jogos do Benfica, segundo noticia hoje o “Correio da Manhã”, dispondo-se a satisfazer as exigências de Luís Filipe Vieira, que pede 40 milhões de euros anuais.

A dirigir a operação está Miguel Paes do Amaral, o homem forte da TVI, que vai avançar para a criação de um canal desportivo em concorrência com a Sport TV, de Joaquim Oliveira. Os assinantes do canal pagarão por cada jogo que quiserem ver.

Cardozo e os factos

 O meu obrigado ao Vedeta da Bola por esta precioso post.
 Considerando todos os jogos oficiais, esta é a lista dos mais eficazes goleadores de sempre do Benfica, dividindo o número total de golos, pelo número de épocas em que estiveram no clube:


EUSÉBIO: 476 golos / 15 épocas = média de 31,7 


JOSÉ ÁGUAS: 377 golos / 13 épocas = média de 29,0 



ÓSCAR CARDOZO: 107 golos / 5 épocas = média de 21,4 


Seguem-se, no top-10, Nené (20,1), Julinho (19,9), José Torres (19,1), Arsénio (18,3), Rogério "Pipi" (17,3), Valadas (16,2) e José Augusto (15,8).
Assobiar Cardozo já deixou de ser ignorância. Creio que agora é mesmo estupidez.

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Os vermelhos

Defrontam-se hoje duas das equipas com mais tradição na Europa – e que dispõem de muita coisa em comum. Ambas têm historicamente um futebol ofensivo, ambas usam a mesma cor, ambas são conhecidas pelo mesmo nome: Diabos Vermelhos. Mas, enquanto o Manchester United não consegue por vezes transpor para o campo o seu enorme poderio e a sua força financeira, o Benfica consegue às vezes fazer das fraquezas forças e chegar onde os potentados não chegam.

A diferença entre o Manchester e o Benfica é abissal – em termos de orçamento e de jogadores. O Benfica não tem provavelmente um único jogador que coubesse na equipa de Ferguson. Embora custe ouvir isto, muitas estrelas do Benfica (Garay, Saviola, Aimar, Nolito, etc.) jogavam nas equipas B dos seus clubes ou até eram suplentes em equipas secundárias quando vieram para a Luz.

Se o FC Porto já tem dimensão para recusar propostas astronómicas como as que recebeu por Hulk e Alvaro Pereira, por exemplo, o Benfica ainda não a tem, vendo-se obrigado a vender os seus anéis por um preço apenas razoável: ontem foi Di María, hoje é David Luiz, depois é Coentrão, amanhã poderá ser Witsel ou Gaitán.

O Benfica está hoje a anos-luz do Manchester. O que não significa que tenha de perder, mesmo tendo em conta a forma arrasadora em que se encontram os red devils ingleses, com sucessivas goleadas. Mas, nos dois anos que leva na Luz – e apesar de algumas vozes críticas –, Jesus já provou que às vezes consegue fazer milagres. Consegue com jogadores medianos formar uma equipa que até parece de estrelas.

 In Record

Tempo Útil _ João Gobern


Loja sem saldos

Em três minutos, pareciam descer sobre o Dragão todo o dramatismo e toda a magia do futebol. Primeiro foi Hulk que fez o que não costuma, teleguiando uma bola desde a marca de penálti até à base de um dos postes da baliza dos ucranianos. Depois foi Helton que deslizou, deixando por completar uma defesa em que nada parecia poder perturbá-lo. Seguramente, houve quem pensasse que perante os reveses da fortuna, o FC Porto – amputado de Sapunaru, Guarín e sobretudo Rolando, apostado em mostrar a compatibilidade entre Moutinho e o recém-chegado Defour (fez ontem o segundo jogo como titular) e disposto a reconhecer a importância de Fernando, pouco rodado esta época – iria tremer.

Esqueceram-se esses adivinhos da importância indesmentível que tem para uma equipa (e para o clube) o facto de estar a completar 300 jogos em competições europeias, mantendo nas últimas épocas uma cadência galopante de presenças na Liga dos Campeões. Além disso, não tiveram em conta que boa parte da espinha dorsal dos campeões que assinou a fantástica campanha na Liga Europa da última época se manteve e, apesar dos anunciados amuos por culpa de saídas frustradas, não perdeu gás. Mais: no elenco, há gente nova a quem se vaticina largo futuro mas que parece empenhada em garanti-los desde já. Defour e Kléber são exemplos, James Rodríguez é porventura o caso mais categórico do presente momento, uma vez que joga, acelera, finta, desmarca, remata e assiste com classe que desmente a sua idade. Ontem, este verdadeiro prodígio colombiano valeu um penálti (mesmo falhado) e partiu a loiça toda na jogada que culminou no segundo golo. Hulk redimiu-se mas não fez o melhor dos seus jogos. E até Helton teve ocasião de mostrar que só nos melhores se notam os acidentes de percurso.

Fundamentalmente, onde se esperava coração, o FC Porto respondeu com alma, é certo, mas sobretudo com uma aula de competência e de eficácia que lhe permitiu virar o resultado e dominar a partida. Não fez uma exibição de êxtases? Claro que não. Mas deu um enorme passo para diluir os eventuais fantasmas que um naipe de adversários, mais complicado do que parece, poderia vir a colocar-lhe. Acabou, sem favores do árbitro, a jogar contra nove e a rodar atletas como Djalma e Varela. Nesta “loja” de 300, confirmou-se, não há saldos… nem fiados. E geralmente quem paga são os adversários. Possam outras equipas portuguesas perceber como se faz. Neste caso, copiar não é pecado.

NOTA – Por tudo isto, é inútil e desagradável ver Vítor Pereira, que começa a deixar a sua impressão digital, desgastar-se em quezílias e em bravatas. Perde tempo e perde identidade já que, nessa esgrima particular, nunca será Villas-Boas. E muito menos Mourinho.

 In Record
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